sexta-feira, 19 de julho de 2013

DORMITO




Na varanda, a dormitar,
uma frescura de ti, a me soprar,
ao longe, grilos e ralos no seu trivial entoar,
pirilampos pincelam o esvoaçar,
por baixo, uma cigarra celebra um alvorear,
distante, a melodia das noites de verão a escutar.

Nesta passagem do tempo, falta-me o rouxinol numa canção de amor a trautear,
tu, a meu lado, em gorjeio acompanhar.

Oh, se junto a mim te haver,
te pudesse acariciar,
tuas blandícias conseguisse ensejar!
Se tuas mãos, afagando-me o rosto sentir,
teus lábios de leve pelas minhas faces perpassar,
os meus a te beijar!

Se pudesse tuas mãos entre as minhas ameigar
não é iludir!

Vem depressa.

O silêncio seria agora serenidade,
quietude e tranquilidade.

Se faunos nos bosques e fadas na planície houvessem,
seria benigna a hora para que eles saíssem ,
ao luzir quente desta noite de verão bailar viessem
bem junto a mim te trouxessem,
do amor meu saudades matassem.

Mas, mau grado meu, não há faunos nos bosques
nem fadas na planície, para aqui te guiarem,
bem junto a mim, te encaminharem.

José Lopes da Nave




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