quinta-feira, 6 de junho de 2013




VALQUÍRIA FERIDA...

Eu não sou tão forte quanto eu previa, nem tão fraca quanto eu temia. 
Não tenho o passo rápido como eu gostaria, nem paraliso como poderia.
Aprendi a me equilibrar nos extremos. Se não tenho o direito de escolher todos os acontecimentos, me posiciono de acordo com os fatos.
No final, o que me move não é forte o suficiente pra me derrubar, mas é intenso o bastante pra me fazer ir além e chorar. A vida me armou armadilhas cruéis.
Nela eu caí e perdi o rumo da existência. Perdi a visão do futuro, a esperança e os sonhos, nas me ergui e sai a luz do sol.
Passei a ser precavida, desviei-me de abismos, das profundezas dos sentimentos.
Ergui em torno de mim uma muralha pensando que ela fosse intransponível.
Na minha sutil confiança, não percebi uma fresta na janela, e por ali o sonho entrou. Resolvi desafiar a vida, encontrar guarida em algum terno coração, mas sai muito mais ferida e perseguida que um animal em extinção.
Largada num canto encontrei minha armadura, suja e embasada, minha lança enferrujada.
Por um tempo fiquei a olhar o que deveria voltar a usar, e tornou-se um desafio. Agora polida e brilhante, ofuscando igual diamante a trago vestida em mim.
Enfrento as escórias da vida, cobranças, desafetos e injustiças, sou uma balança e num dos pratos faltam algumas gramas. Sou cobrada pelos erros, e do amor esquecida, mas continuo nesta luta, sou guerreira, sou uma Valquíria.
Por baixo da armadura se esconde uma ferida, que só eu vejo e a dor é só minha, mas estou de pé com minha lança e somente trago na lembrança a voz de uma canção:
- "Sou fera ferida, no corpo, na alma e no coração." e Sobrevivendo por teimosia.

05-06-2013
ROSSY fERRIS


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