sexta-feira, 3 de maio de 2013

O VERDE DOS MEUS OLHOS




Meus olhos são verdes. Mas nem sempre são assim.
Em dias tristes eu os sinto castanhos,
Quando choro eles escurecem e ficam negros.
Ficam azuis se a alegria renasce e brilham como estrelas.
Há dias em que tudo fica nublado, e espero de uma garôa fina que,
por ficar apenas na ameaça do céu, me deixa sedenta.
E então, toda a sequidão do meu se reflete nos olhos,
que pesam, que calam, que doem. E eu suspiro por cada gota de orvalho,
que me colore a existência, e que navega no verde dos meus olhos
perdidos na aquarela das Tuas mãos.
É verde-água, verde grama, verde-céu, verde musgo.
Todos os tons da vida brilham nas minhas retinas.
Mas eu não os vejo agora, o cinza manchou meu lindo céu.
Eu achei que minha poesia tinha partido. Pensei que não poderia mais,
falar das flores, da primavera sem meu verde modo de olhar..
Mas então as tuas cores me esverdearam a vida e me preencheram,
da sede que me faz escrever, pintar, sorrir.
E então eu percebi que a poesia não é estado de espírito, é cor da alma.
O verde que transparece nos meus olhos. E és tu a cor primária de toda a aquarela que se mistura em mim, a essência, a paz.
E a tua voz vem chover em mim. A terra seca renasce em verdes campos. Transborda no peito a palavra viva, a promessa, a tinta nova, a poesia.
Volto a cantar, em teus braços a escrever doce amor.
E nos meus olhos brilha a tua mais nova cor: verde-esperança
A esperança verde do amor.
28/04/13

Rosangela Ferris




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