Mar afogueado
Neste mar imenso
A onde o céu reflecte o azul
Eu me deleito com as carícias da maresia
E deslizo no prazer das mansas vagas do Sul.
Neste Sol em frenesim que me ensaia
Neste ar puro e caldo
Nesta areia húmida
E dourada, cheia de encantos
Vou afagando e acalmando os meus pés, na praia.
Ao longe o horizonte
E o clamor do por do sol, enleiam-se…
A brisa acaricia nas grutas
As vozes das sereias
E nos búzios guarda em segredo
O lamento ferido das gaivotas
Nos meus devaneios, retenho a tua imagem
E um beijo carente, terno e perfeito.
O meu corpo incendeia a água…
Paraliso, não nego e afundo…
A tua alma oscila, desafoga e aroma verte
Divaga em melopeia
Enfeitiçada, por dentro de mim e em segredo
Seduz-me e passeia.
Esta inquietação, este desassossego
Este turbilhão de sons que me devora
Este suavíssimo perfume que exalo
Esta encruzilhada, que me agarra como uma rede
E captura como um anzol.
Um novo raiar acontece
Neste oceano de anseios.
A sede cresce…
A alma clama, cadenciada
Grita e geme, desfaz-se na praia em espumas, aflita.
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